
E para quem está em Salvador vai a dica:
Esse final de semana merece uma atenção toda especial, o Festival Brasília de Cultura Popular que acontece no gramado da Funarte está com ótima programação, e por isso venho aqui repassar o convite a todos. Quem quiser saber mais é só acessar o link abaixo. Postei as atrações para todos ficarem com água na boca. Espero vocês por lá!
http://www.seuestrelo.art.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4&Itemid=3
Sexta-Feira - 20/11
20h Maracatu Piaba de Ouro (PE)
21h Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro – A roda (DF)
23h Samba de Coco Raizes de Arcoverde (PE)
Sábado - 21/11
16h Roda de Palhaços
17h Mambembrincantes (DF)
18h Cacuriá Filha Herdeira (DF)
19h Passarinhos do Cerrado (GO)
20h Vozes da Mussuca (SE)
21h Maciel Salú (PE)
22h Carimbó Quentes da Madrugada (PA)
23h Mariene de Castro (BA)
Intervenção Cultural - Pé de Cerrado (DF)
Domingo - 22/11
16h Roda de Mamulengo
17h Baianas do Coqueiro Seco (AL)
18h Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF)
19h Paito e Los Gaiteros de Punta Brava (COL)
20h Ilê Aiyê (BA)
Intervenção Cultural - Mestre Zé do Pife e as Juvelinas (DF)
Meu passarinho fugiu do sertão
Jana e Dadá depois de anos se reencontraram para passar um feriado juntas, numa cidade do interior e com muita festa na praça. Muita gente das cidades vizinhas, muito movimento pelas ruas, casa cheia de gente.
Naquela noite foram duas horas para se arrumarem. Roupa nova, cabelo na chapinha, maquiagem carregada, muito perfume, e lá foram as duas para o show na praça com dupla sertaneja e banda de forró.
Empolgadas com o reencontro e com aquela festa toda, saíram dançando pelo meio do povo, cantando as músicas. Apesar do inverno, com aquela muvuca, aquele aperto, o calor era insuportável. Resolveram tomar um licor, aí melhorou... o vento bateu, o povo passava, elas distribuindo sorrisos, cumprimentando todo mundo... Dava gosto ver as duas com olhos tão luminosos, nada podia atrapalhar a noite, ou quase nada...
Com líquido entrando, líquido tinha que sair. Dadá chamou Jana pra ir ao banheiro, e viu que só tinha aqueles químicos, pra desgosto geral. A fila era imensa, mas as duas acharam melhor esperar e resolver logo o “problema”. Com a demora e não se sabe mais o quê, Dadá sentiu que ficar ali já não era tão bom, teve uns calafrios, uma zonzeira, uma fraqueza nas pernas, olhou pra Jana e com a mão no ombro da amiga murmurou:
- Não to bem... – bastou essa frase pra cair igual uma jaca pra frente. Jana sem acreditar na cena, só pôde segurar um braço da amiga que já estava no chão.
Todos ali deram socorro e colocaram Dadá na calçada. Quando a pobre abriu o olho, se espantou com o furdunço em volta, notou também o vestido com um lado todo enlameado, o joelho ralado, a meia preta furada, bota suja... Que vergonha...
Viu a cara de espanto de Jana, notou que alguém já media sua pressão, mirou a rua e uma ambulância já encostava, e lá vinha uma pergunta de um homem de branco:
- Vai levar sua amiga para o hospital? Ela bebeu muito?
- Mas eu to bem, minha pressão que caiu... – Dadá só sabia choramingar isso, foi quando Jana puxou o braço dela e disse entre os dentes:
- Você fique na sua, que suja do jeito que você está, não dá para ficar aqui, e o hospital é na frente da nossa casa, já é uma carona!
Entraram na ambulância, com todo mundo olhando, quando a porta se fechou, a sirene tocou no maior volume, e as duas sacudiam lá dentro mais que tudo. Depois de medir a pressão novamente no hospital, foram pra casa, Jana lamentando ter perdido a noite e Dadá lamentando a dor no joelho e a derrapada da noite do luxo para a lama...
Todo mundo já teve uma pessoa meio fora do normal no seu grupo de amigos, imagine então numa confraria. Foi por abrigar pessoas assim no seu ninho que aconteceram fatos que são combustíveis para essa história.
Quando amigos que não se vêem se encontram, tudo é válido... Falar besteira, piadinhas sem graça, manifestações de carinho exageradas, exceder-se de várias formas é a regra
Depois de fazer despedidas, dar tchau para todos, aquele chororô, Lió voltou pra sua terra. Quatro meses depois estava de volta à capital, não deu tempo nem da turma sentir sua falta. E num domingo de ócio, recebeu uma ligação de um músico, amigo seu de longas datas, pra aproveitar o show da banda dele de graça, quer melhor?
E lá foi. Passe livre em camarim, palco, muita badalação, um fuzuê, um vuco vuco, eis que surge Nena, que tinha ido na despedida de Lió, aliás conheceu Lió na ocasião, mas na capital, longe de sua terra, todo mundo é melhor amigo, amigo de infância, cresceram quase juntos. Quando se viram (apesar de nenhum lembrar o nome do outro) foi aquela festa:
- Rapaz!!!! Você aqui! Mas não tinha ido embora?! Que alegria te ver!
- Pois é, voltei! – E tudo ficou em família, Nena trabalhando no evento e Lió aproveitando de tudo. Soltou-se por ali, dançava sozinho, entrava e saia do camarim toda hora. E começou aquela coisa de reencontro: muita história, muito elogio, piadinha sem graça... Lió já era íntimo de todo que estava por ali, segurança, roadie, músicos, fotógrafo... O show do seu amigo acabou, todo mundo conversando enquanto outra banda se apresentava, e Lió sempre o mais animado.
O show da segunda banda acabou, vieram os músicos todos para o outro camarim, eis que encosta a van para levar todo mundo pro hotel. A banda entra e senta sossegada, de repente... Lió naquela sua ímpar empolgação, gruda na porta da van e começa a falar alto (pra não dizer gritar...):
-E aí? Gente, o show foi massa! Bom p c*! Parabéns!!! Essa é minha banda, essa é minha banda! – E enquanto repetia a última frase, o cantor tentava fechar a porta, que Lió teimava em segurar aberta. Nesse puxa pra lá e puxa pra cá, o cantor conseguiu se desvencilhar de Lió, fechou a porta e foi embora, acho que agradecendo por ter se livrado daquela cena.
Mas Lió estava feliz, nem notou o incidente, e continuou a vida na capital sempre se encontrando com os amigos, e agora com mais uma história pra contar.
Acordei com vontade de fazer um samba, mas não sou compositora, e agora? Mesmo assim fiz, e como deixei de postar aqui umas duas semanas, resolvi coloca-lo hoje mesmo no blog. Ah, para os músicos de plantão, quem quiser músico fique a vontade, mas tem que ser uma samba!!! E para quem é Amélia, cante e se rebele!Samba pro meu nego
Resolvi compor o meu samba
Pra meu nego me fazer o café
Pra ver se ele levanta cedo
Pra ver se ele larga do meu pé
Arrume a gravata direito
Nego, anima para ir trabalhar
Deixa essa preguiça de lado
Que a noite você tem seu jantar
Refrão:
A vida é dura, neguinho
Melhor ralar por agora
Para com esse charminho
Fim do mês cê melhora
Eu vou batucar meu samba
Pra dançar na ponta do pé
Nego, bote comida na mesa
Não me engane com seu migué
Nego, sai desse teu caminho
Vê se deixa essa vida mansa
Larga teu cigarro e a bebida
Que trabalhar não te cansa
Refrão:
A vida é dura, neguinho
Melhor ralar por agora
Para com esse charminho
Fim do mês cê melhora
Toda vez que a turma de Coqué da Bahia se reúne, é aquela fuleragem. Samba de roda, fricote, lambada, samba reggae, e tudo que se tem direito. Todo mundo dançando, de papo, rindo, e por aí vai...




Por mais que tenham histórias acontecendo, as mais engraçadas sempre têm alguma bebedeira pra começar. Cuidado com o álcool! Ele te faz aprontar coisas que você não ia querer saber. Foi assim com Toninha Boca Quente... Não me perguntem o porquê do apelido, já conheci assim.
Está maluca? Estamos em maio ainda! Calma pessoal, não falarei da festa do final de ano, é apenas uma metáfora ou uma analogia com a expressão e o fato acontecido.
Quem passou junho no interior da Bahia, ou algum lugar do nordeste, vai se lembrar de como é boa essa época por lá. Aquele friozinho, a dança aquecendo o salão, e aquele trio perfeito: sanfona, triângulo e zabumba.




