quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Do luxo a lama

Jana e Dadá depois de anos se reencontraram para passar um feriado juntas, numa cidade do interior e com muita festa na praça. Muita gente das cidades vizinhas, muito movimento pelas ruas, casa cheia de gente.

Naquela noite foram duas horas para se arrumarem. Roupa nova, cabelo na chapinha, maquiagem carregada, muito perfume, e lá foram as duas para o show na praça com dupla sertaneja e banda de forró.

Empolgadas com o reencontro e com aquela festa toda, saíram dançando pelo meio do povo, cantando as músicas. Apesar do inverno, com aquela muvuca, aquele aperto, o calor era insuportável. Resolveram tomar um licor, aí melhorou... o vento bateu, o povo passava, elas distribuindo sorrisos, cumprimentando todo mundo... Dava gosto ver as duas com olhos tão luminosos, nada podia atrapalhar a noite, ou quase nada...

Com líquido entrando, líquido tinha que sair. Dadá chamou Jana pra ir ao banheiro, e viu que só tinha aqueles químicos, pra desgosto geral. A fila era imensa, mas as duas acharam melhor esperar e resolver logo o “problema”. Com a demora e não se sabe mais o quê, Dadá sentiu que ficar ali já não era tão bom, teve uns calafrios, uma zonzeira, uma fraqueza nas pernas, olhou pra Jana e com a mão no ombro da amiga murmurou:

- Não to bem... – bastou essa frase pra cair igual uma jaca pra frente. Jana sem acreditar na cena, só pôde segurar um braço da amiga que já estava no chão.

Todos ali deram socorro e colocaram Dadá na calçada. Quando a pobre abriu o olho, se espantou com o furdunço em volta, notou também o vestido com um lado todo enlameado, o joelho ralado, a meia preta furada, bota suja... Que vergonha...

Viu a cara de espanto de Jana, notou que alguém já media sua pressão, mirou a rua e uma ambulância já encostava, e lá vinha uma pergunta de um homem de branco:

- Vai levar sua amiga para o hospital? Ela bebeu muito?

- Sim... Não... A gente vai, mas ela nem bebeu – Jana ainda estava em choque.

- Mas eu to bem, minha pressão que caiu... – Dadá só sabia choramingar isso, foi quando Jana puxou o braço dela e disse entre os dentes:

- Você fique na sua, que suja do jeito que você está, não dá para ficar aqui, e o hospital é na frente da nossa casa, já é uma carona!

Entraram na ambulância, com todo mundo olhando, quando a porta se fechou, a sirene tocou no maior volume, e as duas sacudiam lá dentro mais que tudo. Depois de medir a pressão novamente no hospital, foram pra casa, Jana lamentando ter perdido a noite e Dadá lamentando a dor no joelho e a derrapada da noite do luxo para a lama...

4 comentários:

  1. ô Jesus,
    Morri de pena da Dadá!
    Ninguém merece uma meia preta furada, lama no vestido novo e ambulância gemendo anunciando a morte da noite! - kakakakaka
    bjcas Miga!
    Cleide

    ResponderExcluir
  2. Jana é das minhas, prestou socorro a amiga e ainda descolou um motorista particular p.levá-las em casa.Adorei!!!

    ResponderExcluir
  3. E ainda sou eu quem pago mico com bebida!
    kkkkkkkkkkkkkkk
    Cumádi não fica atrás...
    Invejou de mim, quando eu andei de ambulância em estado de embriaguez... Mas eu era adolescente!
    kkkkkkkkkkkkkk

    ADOREI!

    ResponderExcluir
  4. Que adolescente, rapaz! Tu já era burra velha tb!!!!!!!
    kkkkkkkkkk

    ResponderExcluir