O cara não é Lula, o cara é Zicão, Só para começar, ele é aquele cara sem medo, boca de zero nove, se ele ficar afim de Ivete no carnaval, pai, ele vai dar um jeito de queixar ela do camarote. (Deus que me defenda). Vai levar um fora, é claro, mas vai dizer:
- Rumei mermo. Meti, ela que ficou com xibiatagem e saiu fora.
Enfim, pra vocês conhecerem um pouco dessa figura, vou contar um dos primeiros episódios de Zicão em Brasília. De capital para capital, Zicão, recém saído de Salvador, veio passar uma temporada no Planalto Central. Hospedagem na casa do ninja Sariguê garantida, ele já conhecia Massú, Tiquim, Zézo, a raça ruim toda que morava naquelas bandas, ou melhor, naquela asa.
Zicão logo conheceu Nezinha, e Gal. Saiu pra boteco, tomou umas, contou história, lorota, conversa mole, tudo que se pode imaginar pra cima das meninas, mas nada colou. Até o garçom ficou mais interessado que as duas, demorava meia hora pra passar um pano na mesa. O cara da mesa do lado quase ficou com torcicolo de tanto que se dobrava pra escutar as experiências de Zicão com a mulherada. Depois de uma tarde toda de tira gosto, caipiroscas e o zero a zero continuar, Zicão percebeu que na próxima era hora de ser mais agressivo.
Dias depois todo mundo foi pra casa de Zézo. Os meninos todos naquele fuzuê depois de um dia batendo baba e comendo água. Nezinha e Gal vinham de casa e ainda estavam todas cheirosas, arrumadinhas, pareciam até gente. O cenário que as duas encontraram lá foi esse: Tiquim dormindo no chão, Zézo com a língua embolando, Massú vendo vídeo de putaria no computador, Zicão, Sariguê, e mais dois tomando cerveja.
As duas já não tinham como fugir mesmo, resolveram ficar, sentaram no sofá e ficaram na delas. Zicão achou o máximo as meninas lá. O ataque ia começar, bola pro mato que o jogo era de campeonato. Aproveitando, os vídeos que Massú assistia, Zicão foi fazer seu marketing, que não via nada de mais naqueles caras do vídeo, porque ele era o cara de 17 cm e 40 estocadas, todo mundo morrendo de rir, imaginando como é que ele fazia essa contagem.
Como era de se esperar, uma hora o forró começou a tocar dentro do apartamento, Gal começou a dançar com um, e Zicão catou Nezinha e começou... Joga pra lá, roda ali, arrocha... De repente desceu a mão e pá! Mãozada na bunda de Nezinha. Ah não.... Ninguém é obrigado a conviver com isso só porque nasceu na Barroquinha, na Sete Portas, ou no Cabula VI. Nezinha rodou a baiana!
- O que é isso, Zicão!!?? Você tá pensando que eu sou o quê? Você vá meter a mão em suas piriguetes, viu! – Ficou aquele climão, todo mundo sem graça, tentando colocar o ‘deixa disso’ em campo.
Enquanto todo mundo segurava os ânimos de Nezinha, Zicão viu que era hora de dizer alguma coisa em sua defesa. Embolando as mãos e piscando o olho mais que tudo, ele se desculpou:
- Olhe Nezinha, foi mal, você me perdoe, não devia ter feito isso. Mas não resisti, meti a mão mermo, também com essa bunda sua aí... Não resisto! – Risada geral. Depois da pérola, o forró continuou e a safona, ou melhor, o som não parou.