terça-feira, 14 de setembro de 2010

Perfil de Zicão

O cara não é Lula, o cara é Zicão, Só para começar, ele é aquele cara sem medo, boca de zero nove, se ele ficar afim de Ivete no carnaval, pai, ele vai dar um jeito de queixar ela do camarote. (Deus que me defenda). Vai levar um fora, é claro, mas vai dizer:

- Rumei mermo. Meti, ela que ficou com xibiatagem e saiu fora.

Enfim, pra vocês conhecerem um pouco dessa figura, vou contar um dos primeiros episódios de Zicão em Brasília. De capital para capital, Zicão, recém saído de Salvador, veio passar uma temporada no Planalto Central. Hospedagem na casa do ninja Sariguê garantida, ele já conhecia Massú, Tiquim, Zézo, a raça ruim toda que morava naquelas bandas, ou melhor, naquela asa.

Zicão logo conheceu Nezinha, e Gal. Saiu pra boteco, tomou umas, contou história, lorota, conversa mole, tudo que se pode imaginar pra cima das meninas, mas nada colou. Até o garçom ficou mais interessado que as duas, demorava meia hora pra passar um pano na mesa. O cara da mesa do lado quase ficou com torcicolo de tanto que se dobrava pra escutar as experiências de Zicão com a mulherada. Depois de uma tarde toda de tira gosto, caipiroscas e o zero a zero continuar, Zicão percebeu que na próxima era hora de ser mais agressivo.

Dias depois todo mundo foi pra casa de Zézo. Os meninos todos naquele fuzuê depois de um dia batendo baba e comendo água. Nezinha e Gal vinham de casa e ainda estavam todas cheirosas, arrumadinhas, pareciam até gente. O cenário que as duas encontraram lá foi esse: Tiquim dormindo no chão, Zézo com a língua embolando, Massú vendo vídeo de putaria no computador, Zicão, Sariguê, e mais dois tomando cerveja.

As duas já não tinham como fugir mesmo, resolveram ficar, sentaram no sofá e ficaram na delas. Zicão achou o máximo as meninas lá. O ataque ia começar, bola pro mato que o jogo era de campeonato. Aproveitando, os vídeos que Massú assistia, Zicão foi fazer seu marketing, que não via nada de mais naqueles caras do vídeo, porque ele era o cara de 17 cm e 40 estocadas, todo mundo morrendo de rir, imaginando como é que ele fazia essa contagem.

Como era de se esperar, uma hora o forró começou a tocar dentro do apartamento, Gal começou a dançar com um, e Zicão catou Nezinha e começou... Joga pra lá, roda ali, arrocha... De repente desceu a mão e pá! Mãozada na bunda de Nezinha. Ah não.... Ninguém é obrigado a conviver com isso só porque nasceu na Barroquinha, na Sete Portas, ou no Cabula VI. Nezinha rodou a baiana!

- O que é isso, Zicão!!?? Você tá pensando que eu sou o quê? Você vá meter a mão em suas piriguetes, viu! – Ficou aquele climão, todo mundo sem graça, tentando colocar o ‘deixa disso’ em campo.

Enquanto todo mundo segurava os ânimos de Nezinha, Zicão viu que era hora de dizer alguma coisa em sua defesa. Embolando as mãos e piscando o olho mais que tudo, ele se desculpou:

- Olhe Nezinha, foi mal, você me perdoe, não devia ter feito isso. Mas não resisti, meti a mão mermo, também com essa bunda sua aí... Não resisto! – Risada geral. Depois da pérola, o forró continuou e a safona, ou melhor, o som não parou.

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Tião que não é mais Biquinha



Hoje é sexta-feira, dia que tudo dá certo, aliás, às vezes nem tudo. Em festa de casamento, por exemplo, já viu né?Aquela alegria, aquela felicidade, todo mundo brindando os noivos, a cana comendo solta, os convidados enfiando o pé com a bebida de graça né, pai...

Foi nessa que Tião Biquinha conheceu todos os semáforos de uma avenida em Salvador. Já falei tanto de interior, que hoje é vou falar da capital. Voltando ao que interessa, Tião Biquinha estava à vontade, resenha comendo solta, salgadinho a rodo, muita mulé arrumada, perfume importado no salão de festas...

O que mais Biquinha podia querer? Podia aproveitar o uísque que toda hora passava em sua frente. Seus amigos estavam na festa, inclusive Mara e Ana. Mara tinha levado outra amiga, Vilma, moça fina, elegante, que não era muito de se misturar no meio de muita bagunça. Coitada, foi na festa errada, porque ali todo mundo estava no mesmo barco.

Enquanto estou aqui descrevendo esse povo, Tião Biquinha continuava com seu uísque. O gelo derreteu? Mas pra que gelo, meu Pai do céu? Vai caubói mesmo! Puro, de talagada! Aí é que é o bom, aí é que vinha a bagaceira, sacana!

Até Vilma estava dando uns golinhos, finos, de Prosecco, claro, e ia se soltando, já se bulindo. Todos sentados em pufs, sofázinho, com mesa de centro na frente. Numa dessas idas e vindas de Vilma pela festa, ela se desequilibrou perto de Biquinha, e foi apoiar nele pra não cair.

- Ooooooooi, não caia não, meu amor! – foi o Tião Biquinha precisou pra puxar Vilma pra seu colo, dar um cheiro no cangote, e segurou. – Venha cá que eu te seguro!!!

Vilma, minha gente, mais vermelha não podia ficar. Mara e Ana não se agüentaram e riram até. Biquinha tirou sua lasca, mas logo soltou Vilma, vinha passando o garçom com o uísque mais uma vez, e ele não podia perder a chance.

A hora passou e Biquinha daquele jeito, cantando mais alto que o som, tirava terno, botava terno, pegou flor da ornamentação colocou atrás da orelha, era pinto no lixo. Mas se até pra José a luz apagou, a praça esvaziou, pra Biquinha não foi diferente, a festa minguou. Uns combinavam de ir pra boate, outros pra bar. Biquinha não, ficou de olho em Mara, pretendia tentar alguma coisa no caminho da carona, ele estava de carro, então podia rolar uma chance de se dar bem.

Lá foi ele, Sérgio também pegou carona porque viu que Biquinha talvez não desse conta de levar o carro. Dito e certo. Menino, assim que entrou no carro, Mara viu que Biquinha estava mareado, perguntou se ele aguentava levar o carro, e Biquinha retrucou, achou um desaforo a pergunta:

- Oi, não me ómilhe não! Eu bibi, mar tô bem, vu. Levo esse carro na tora! – E foi.

Começou aquele movimento de carro, um balanço quase nada... Hum, mas esse quase nada é que pega, sacana... Biquinha não se agüentou, o primeiro sinal vermelho, abriu a porta do carro, só botou a cabeça pra fora e gofou (pra bom entendendor, gofou basta). Fechou a porta, limpou a boca na gravata e seguiu. Segundo sinal vermelho, gofou, e terceiro, e quarto... por aí vai. Tião nunca mais pôde usar aquele terno, até o apelido dele mudou: de Biquinha, virou Tião Gofador.