terça-feira, 31 de agosto de 2010

Jogaram uma bomba no cabaré...

Até longe do interior me vejo com as histórias de lá me cercando a todo instante. Certa madrugada está um amigo aflito, ansioso pra me contar um problema que lhe tirava o sono, e a sobriedade, já que aquela altura da madruga ele se encontrava embriagado tentando esquecer as ciladas que o destino lhe causava.

Pois bem, vamos ao suplício de Rai. Depois de anos de experiência, sacanagem, nome jogado na lama, Rai estava na paz de Jah, namorando e sossegado. Com exceção de algumas idas a feira da sua cidadezinha, na sexta-feira, pra ver as meninas novinhas da zona rural e tomar sua gelada, Rai estava na dele.

O namoro ia bem, Dete fazia suas vontades, deixava o miserável solto, sem muita ciumeira, o que fazia o relacionamento durar por meses. Até que Rai numa de suas saídas, com seu bando, foi no brega da cidade. Em cidade do interior é brega mesmo, nada de chique. Enfim, lá ele conheceu Zetinha, cabloca cheia de graça, sabia usar o que tinha, o corpo e a sedução. E Rai caiu na rede, voltou não sei quantas vezes pra rever Zetinha. Parece até letra de forró, “Zetinha essa saudade me mata, Zetinha essa saudade me maltrata...” mas infelizmente, ou felizmente pro blog aqui, aconteceu mesmo.

E Rai se viu arriado, apaixonado e abestalhado por Zetinha a ponto de me pedir conselhos sobre o que fazer, e pela internet... Meu Jesus... O que falar? Bem, o que eu disse não vou contar aqui. O certo é que até pensar em tirar a mulé da vida fácil ele pensou, mas relatou que não conseguiria sustentar uma casa só com seu salário, viver do dinheiro dos machos dela não seria nada bonito, e terminar com a namorada também não achou que seria bom porque aí sim, o tempo seria integral pensando em Zetinha.

Espanto maior meu foi quando contou que até em briga com as colegas de Zetinha no meio do brega ele tinha se metido. E de lá saiu pra tomar umas, disse que ainda não sabia o que ia fazer e depois pensava numa solução. Ou seja, comédia e tragédia pouca é bobagem.

No dia seguinte, Rai aparece de novo na net pra me contar que o pior tinha acontecido, sem saber que seu computador registrava todas as conversas, Dete, sua namorada, leu toda nossa conversa, e estava indignada com a palhaçada que tinha virado seu namoro.

Chorou, esperneou, ameaçou, mas não quis terminar o namoro, e outra, disse que ia lá no recinto, casa de tolerância, brega ou sei lá o quê, resolver o problema com Zetinha. Sabe qual foi a resposta que Rai me deu?

- Eu não quero nem saber que pé de pica isso vai dar... (palavras do próprio).

Nem eu, cambada. Qualquer bomba em cabaré baiano é mera coincidência.

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